Lupus Eritematoso Sistêmico

O lupus eritematoso sistêmico é uma doença autoimune que como o próprio nome diz, acomete vários órgãos, entre eles os rins, que desenvolvem uma glomerulonefrite. Os achados de imagem vão ser de uma doença renal crônica. Aqui vemos rins pequenos, com proeminência do tecido adiposo dos seios renais, achados que devem ser valorizados quando alguém apresenta insuficiência renal.

O acometimento pulmonar no LES é variado, podendo ocorrer uma lesão intersticial, alterações fibróticas, ou consolidações alveolares, com predomínio basal, exatamente como mostrado no nosso exemplo aqui.

O acometimento do sistema nervoso central pelo LES pode ocorrer de várias formas, entre elas por vasculites. Aqui temos uma paciente de 40 anos, portadora de LES, sem sintomas neurológicos ou psiquiátricos, que apresenta uma proeminência das fissuras sylvianas, incomum na sua faixa etária, que pode ser explicada pela vasculite lúpica.

Outra forma de acometimento pulmonar pelo LES é a lesão intersticial, que na verdade é indistinguível das demais doenças intersticiais fibrosantes, com opacidades em vidro fosco nos lobos inferiores, predominantemente subpleurais e um discreto espessamento irregular dos septos interlobulares, com discreta desorganização da arquitetura do lóbulo pulmonar secundário na base direita, conforme assinalado.

Paciente portadora de lúpus eritematoso sistêmico com hepatoesplenomegalia. Um dos achados mais frequentes no LES é a hepatoesplenomegalia, que não precisa necessariamente ocorrer de modo sincrônico. O aumento volumétrico do fígado ocorre em até 50% dos casos da doença podendo ser decorrente, entre outras possibilidades, de hepatite autoiomune ou hepatite lúpica. O baço pode estar aumentado na doença e frequentemente ocorre por hiperplasia linfoide, não sendo incomum observarmos infartos parenquimatosos associados, o que não é o caso de nossa paciente. A heterogeneidade esplênica aqui é decorrente de artefatos na captação de contraste pelo baço.

Este é um caso bastante raro de uma paciente com sintomas de exacerbação do LES. A tomografia mostra um baço bastante reduzido de volume e levemente heterogêneo, configurando uma autoesplenectomia.
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8895164/

Outro caso raro de uma paciente portadora de LES, no qual a tomografia computadorizada de abdome mostra calcificações distróficas subcutâneas profundas na parede abdominal anterior, com algumas calcificações menores se estendendo pela musculatura da parede abdominal lateralmente à esquerda, configurando o quadro de calcinose cutânea.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7374257/