Sobre o projeto
O RadiAcad tem como principal objetivo ser uma ferramenta de ensino médico especializada em diagnóstico por imagem.
A Ideia do site surgiu quando comecei a perceber que muitas vezes sou chamado de madrugada para interpretar pacientes com dispneia, dor torácica ou outros sintomas torácicos, abdominais, o que quer que seja, cujos diagnósticos já estavam presentes em radiografias realizadas muito antes ao longo do dia. Eu pensei: eu posso dar uma força nisso. E não é chutando o balde e xingando o pessoal às 3h da manhã. Descobri sozinho que o máximo que vou conseguir fazendo isso é perder de vez o sono.
De toda forma, vi que tenho em mãos um banco de imagens gigante que pode ser usado para algo além de só dar aulas pros residentes. A internet e as ferramentas que dispomos hoje em dia permitem que eu vá muito além.
Durante a pandemia, com o auxílio do Bernardo De Luca, meu Instagram se valorizou muito, participei de muitas reuniões com diversas ligas de todo o país, ouvia sotaques diferentes, eu tava com frio aqui no sul e tinha gente morrendo de calor no nordeste, mas eu via que as dificuldades com o diagnóstico por imagem e a preocupação de começar uma carreira sem dominar o básico da radiologia eram frequentes. E a partir dali comecei/ junto com o Bernardo, a amadurecer a ideia de fazer algo mais do que postar no Instagram.
Os casos que mostramos aqui vem de muito tempo atrás. Meu pai, Orlei De Luca, também radiologista, salvava radiografias pra mostrar pros alunos do curso de medicina aqui da Universidade Federal de Santa Catarina. Algum tempo depois, com o início das atividades da residência de radiologia do hospital universitário da UFSC, comecei a participar guardando meus casinhos de residente, não só de rx, mas também de US, TC e RM.
Com a chegada das imagens digitais daí virou covardia, o arquivo foi tomando corpo e cada exame que eu abria ficava a expectativa de aparecer algo diferente pra arquivar, igual criança abrindo pacote de figurinhas.
Hoje, em meados de 2024, tenho 40 mil imagens que pretendo compartilhar aqui. São casos das mais variadas áreas da medicina, que no fim das contas mostram os meus 35+ anos de carreira, desde quando no início dos anos 90 comecei, ainda na faculdade, a fazer ultrassonografia e mamografia na então Clínica Radiológica Carlos Correa, referência em diagnóstico por imagem aqui em Florianópolis, mais tarde adquirida por uma grande empresa de diagnósticos do país.
Os casos aqui mostrados são meus, laudados por mim (tá tem uns do meu pai, mas é a mesma coisa), todos confirmados por cirurgia e/ou anatomia patológica, e refletem um momento legal da minha vida.
Fazendo uma conta rápida, por cima, devo ter interpretado perto de 1,5 milhão de exames nestes quase 30 anos. Acho que não é pouco.
Alguns textos que explicam as imagens são citações do meu pai e de gente muito importante na minha vida profissional com quem aprendi muito e me dá prazer em recordar. Mostrá-los aqui é também um modo de preservar a memória de muitos, alguns que já se foram, como meu pai, em 2017.
Lembro que algum tempo antes da pandemia entrei na sala dele, fechada havia uns 2 anos, pra digitalizar aquelas radiografias da década de 70, 80 e 90 que ele guardara e que foram parte da minha formação e de muitos radiologistas que passaram por ele. Passei uma semana indo lá todas as tardes, muitas lembranças, a letra dele nos envelopes, pacientes que eu lembrava de ter feito o exame (seriografia, enema opaco, histerossalpingografia…) sempre com, literalmente, a mão dele ali em cima pra eu não fazer m****. E não era só porque era eu, era assim com todos.
Enfim, o site foi feito com carinho, pra ajudar vocês da mesma forma que muitos me ajudaram nestes meus anos de radiologia.
Esperamos que gostem, aproveitem e se possível parem de me acordar de madrugada pra ver pneumotórax na tomografia!!!
Ah!!! Quem sou eu? Pedro Lemos De Luca, médico desde 1994, médico radiologista desde 1998, mas fuçando na área desde 1990, preceptor de residência desde 1998, criador em 2012 do perfil @rad6606 no Instagram (passa lá que é legal) e começando agora nesta nova área que sei que vão gostar.
Tô nisso sozinho? Até parece…
Isso só saiu do lugar porque encontrei um cara que sabe tudo de informática Adriel Henrique Kirch, que conheci quando ele pediu ajuda no TCC dele sobre inteligência artificial interpretando radiologia. Típico caso de “se não conseguir derrotar seu inimigo, junte-se a ele”. E tem se mostrado uma parceria extremamente produtiva.
Com a gente tem também um cara que sou suspeito pra falar, mas pra fazer um texto de medicina, é o único em quem confio: Bernardo Duarte De Luca (não, não é coincidência, é meu filho), estudante do último ano de medicina, futuro cirurgião, entusiasta do diagnóstico por imagem, que é quem no fundo acabou fazendo grande parte do trabalho e definindo o rumo do projeto.
Por último, mas nem por isso menos importante tem a Betina Duarte De Luca (sim, filha, olha o nepotismo aí), a caçula do projeto, ainda no ensino médio, último ano, que gosta de computação e sempre me ajudou com os posts do Instagram. Mesmo focada no vestibular, tá sempre auxiliando, se metendo onde é e onde não é chamada, (pior de tudo, com ideias importantes).